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Sancetur demite cerca de 60 funcionários em Americana

Maioria dos dispensados era do transporte escolar; dono da empresa afirma que os empregados devem ser readmitidos no futuro

Cerca de 60 funcionários foram demitidos pela Sancetur desde a última semana em Americana. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a paralisação do transporte escolar foram as justificativas dadas pelo diretor da empresa, Marco Chedid, para a adoção da medida.
A informação foi confirmada ao LIBERAL por Chedid nesta quarta-feira. Segundo ele, os dispensados atuavam no transporte escolar, que está sem funcionar desde março, devido a suspensão das aulas presenciais. “O transporte escolar tá há seis meses parados, sem ter um recebimento. Como nós vamos manter os funcionários?”, indagou.
Segundo a esposa de um dos demitidos, houve também dispensa de funcionários que atuavam no transporte urbano. É o caso do marido dela, que trabalhava na manutenção. A mulher diz que motoristas e cobradores também entraram nessa leva.
Ela ainda afirma que a Sancetur aderiu a redução proporcional de jornada e salário dos trabalhadores e que seu marido teria sido mandado embora antes de ser finalizado o prazo de estabilidade. Chedid confirma que a empresa adotou os termos da lei e prometeu cumprir com as obrigações financeiras.
“Chegamos [a aderir], mas agora não tem mais condição de tocar. Nós estamos garantindo o emprego de quem tá trabalhando. Todos vão receber seus direitos, inclusive a estabilidade. Vão receber, claro”, se comprometeu.
O diretor da Sancetur adiantou que, quando as aulas voltarem e o transporte escolar for reativado em Americana, precisará contratar novos empregados e que a prioridade será para aqueles que já faziam parte do quadro de funcionários da empresa antes das demissões.
“Foi bem definido e o sindicato está a par. A preferência é deles. Evidentemente, por que não? São bons funcionários, só que, como não tem como pagar, tem que tomar providência. Não é só a gente, todas as empresas do Brasil tão tomando providências para sobreviver”, finaliza.
A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Americana e Região, que representa a categoria, até a publicação desta reportagem.
O governo federal autorizou, nesta semana, as empresas a recontratarem empregados demitidos sem justa causa durante a pandemia antes mesmo de se completarem 90 dias da rescisão sem que isso se configure uma prática fraudulenta, como diz a regra atual, que data de 1992.
A flexibilização vale só enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia.

Vice-presidente dos Rodoviários de Campinas chama atenção para demissões em Indaiatuba, mesmo depois de subsídios milionários

O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Campinas, Izael Soares denunciou a empresa Sou e a Prefeitura de Indaiatuba no Ministério do Trabalho nesta semana pelas centenas de demissões, enquanto recebe um milhão e meio de reais de subsídio e, portanto não justificaria o corte de funcionários, segundo Isael.

“Entreguei carta aberta aos usuários do transporte coletivo de Indaiatuba explicando a situação. Vou ao Ministério Público denunciar a Prefeitura e empresa Sou, que recebe subsídios e mesmo assim demite, enquanto comerciantes fecham as portas sem nenhum incentivo da Prefeitura. Estou acionando também a Polícia Federal para investigar as demissões nessa maracutaia”, falou indignado.

O rodoviário ainda conta que a mesma empresa também recebe da Medida Provisória Nº 936 de 2020, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda que dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública. “É inadmissível que a empresa com todos esses incentivos demitam pais e mães de família nas cidades onde atua, em plena crise, sendo que recebe justamente para preservar os postos de trabalho, conclui Soares.

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