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Com infiltração antiga, teto do Hospital cai com a chuva e assusta pacientes

 


Temporal derruba parte de teto do Hospital Municipal de Paulínia e danifica equipamentos

Parte do teto de gesso desabou e a água invadiu os corredores do Pronto Socorro; por sorte, ninguém se feriu

A chuva que passou pela cidade no sábado (23) causou grandes transtornos.  Várias árvores caíram, além de interrupção no fornecimento de energia e telefonia. Mas o estrago maior foi registrado no Hospital Municipal de Paulínia (HMP): por problemas causados pela infiltração no telhado do prédio, o forro de uma das salas desabou, permitindo a entrada de um grande volume de água, que tomou os corredores do local.
O desabamento ocorreu na sala de enfermagem, que segundo uma funcionária, por sorte, estava vazia. Equipamentos de informática, como computadores e impressoras, ficaram totalmente danificados. Na sala ao lado, estavam os pacientes em observação clínica, que precisaram ser transferidos as pressas para outras alas do Hospital.
Uma mulher que aguardava o marido em observação, próximo ao local do incidente, ficou sem notícias do parceiro e se desesperou. “Está o maior comentário que caiu tudo lá dentro e ninguém responde nada para a gente. Meu marido está em observação e eu estou preocupada, porque não me deixam entrar e nem me dão notícias sobre ele. Não sei o que fazer”, disse ela, que não quis ser identificada.
Não é a primeira vez que o HMP apresenta problemas com estrutura e falta de manutenção. O centro cirúrgico já foi interditado por causa de uma infiltração em julho do ano passado. A medida de segurança foi adotada em virtude dos problemas estruturais encontrados no prédio.
Na época, as infiltrações ocorreram no piso superior, onde está localizado o estacionamento do hospital. Com a chuva forte, a água comprometeu o forro do segundo piso, onde está localizado o centro cirúrgico, e os corredores que dão acesso às salas.

 

Críticas

O Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Públicos Municipais de Paulínia (STSPMP) e o Conselho de Saúde da cidade criticaram duramente a gestão da prefeitura no Hospital Municipal. Eles reafirmaram a suspeita de que as verbas utilizadas para as reformas foram superfaturadas e que a unidade está sucateada. A prefeitura discorda das acusações e disse que está investindo R$ 73 milhões na unidade.
O diretor do sindicato, Reginaldo Lopes de Oliveira, disse que é lamentável que a prefeitura não escute as reclamações feitas pelo Conselho de Saúde e ainda que a Secretaria de Obras não acompanhe as reforma dos últimos anos da unidade. “É lamentável que Paulínia chegue a um ponto desses na área da saúde. Falta competência administrativa para fiscalizar a obra. Além disso, já foram gastos mais de R$ 70 milhões nas obras do hospital. Com esse dinheiro daria para erguer dois novos prédios”, disse ele, ressaltando que o Centro Cirúrgico chegou a ficar interditado durante três meses por infiltrações.
A conselheira Luana Silva afirmou que a unidade hospitalar se encontra sucateada e foi encaminhada uma denúncia ao Ministério Público sobre o superfaturamento das obras. “Não há alvará de funcionamento no hospital e sequer eles mantém uma brigada de incêndio no local”, disse.