Segundo sindicato, 10 mil funcionários de Paulínia aderiram à paralisação que atinge a expansão da refinaria; operações não foram afetadas
Trabalhadores terceirizados das obras de ampliação da Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia, estão em greve por reajuste salarial. Os funcionários trabalham na expansão das unidades de diesel e gasolina e na manutenção. Além do aumento real de 17% nos vencimentos, os grevistas exigem a readequação do Vale Refeição e da Participação nos Lucros e Resultados, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Montagem e Manutenção. A paralisação afeta a ampliação da Replan. As operações da refinaria não foram comprometidas.
Amilton Mendes, diretor da entidade, disse que 100% dos funcionários, cerca de 10 mil trabalhadores, aderiram à paralisação. “Essa é uma das principais obras do país e as empresas estão tendo altos lucros com o crescimento do setor. Por isso, é necessário que os trabalhadores sejam valorizados também”, revelou.
Atualmente o VR dos funcionários é R$ 420 e o PLC R$ 2 mil. Os grevistas pedem que os benefícios sejam reajustados para R$ 600 e R$ 3 mil, respectivamente. O dirigente sindical disse que uma comissão de representantes das empresas contratadas pela Replan fez uma contraproposta de aumento salarial de 10%, para quem ganha até R$ 5 mil, e 8% para salários acima deste valor. Além disso, foi oferecido vale refeição de R$ 500 e participação nos lucros de R$ 2,5 mil.
Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (15), os trabalhadores rejeitaram os valores oferecidos. “Do ponto de vista do sindicato não podemos diferenciar quem ganha mais ou menos. Fizemos uma contraproposta de reajuste salarial de 15%, mas ainda não tivemos resposta das empresas”, disse Mendes.
Ainda segundo o diretor, a obra de ampliação deve ser finalizada até agosto deste ano, no entanto, com os dias de paralisação a entrega pode atrasar. “Serão pelo menos setes dias parados até a audiência de conciliação na segunda-feira (20) no TRT [Tribunal Regional do Trabalho]. Isso certamente irá atrasar os prazos, mas é uma questão contratual da refinaria com as empresas”, disse.
Procurada pela reportagem, a Replan informou que o Sindicato da Indústria da Construção Civil responderá em nome da refinaria sobre a greve. Até a publicação, não houve retorno do sindicato. Sobre um possível atraso na entrega da obra, a refinaria disse que não iria se manifestar.