Por Wilson Machado
Tiro no pé
A Câmara de Paulínia pegou fogo terça-feira, na sessão de vereadores. Os servidores compareceram em massa e ainda teve o adendo do movimento ‘Fora Pavan’ que contou com trio elétrico e mais de 300 pessoas. Embora estivesse claro e nítido que a Câmara também estava lotada com pessoas supostamente contratadas pelo prefeito, já que não se manifestavam nem contra nem a favor, simplesmente estavam lá, foi bom. Porque essas pessoas, que também são parte da população, puderem ouvir e presenciar a verdade. O feitiço virou contra feiticeiro, senhor Pavan. O plenário superlotou, tinha pessoas sentadas no corredor e isso só veio a acrescentar, porque todas as estratégias usadas pelo governo, mesmo das mais mesquinhas, de abuso de poder, de estar incentivando pessoas a irem contra o verdadeiro, o real, uma manifestação justa, ele deu mais um tiro no pé.
Falou bonito
Como membro do PMDB, fiquei orgulhoso de ouvir o nosso presidente, Danilo Garcia, falando na Tribuna Livre. Ele lembrou muito bem que o Pavan não tem nada que cobrar a gestão passada, porque ele foi eleito pelo povo para o agora. Ele é o prefeito, não tem ex. E o Danilo também deixou claro que o PMDB vai lançar candidato próprio e é oposição ao governo, o que deixou o vereador Jurandir Matos, do partido, em papos de aranha, já que recentemente ele assumiu que é líder do governo Pavan na Câmara. Bom, eu ainda o vejo como vice-prefeito de Edson Moura por duas vezes, um homem que já foi eleito na Câmara duas vezes, já foi presidente da Casa, que pleiteou a Prefeitura de Paulínia, mas que agora precisa reavaliar sua posição, porque a do partido é bem diferente da dele.
Postura do Jurandir Matos
Estou entristecido de ver um grande líder como o Jurandir Matos dizer que foi traído pelo Edson Moura por não ter sido indicado nas eleições passadas, no entanto, pensar que ele apoia o Pavan hoje, é pior. O Edson teve a clareza de reconhecer seu erro e pedir desculpas à população, mas ver o Jurandir Matos grudado no Pavan Junior é pra chamá-lo a reflexão. Ele é um homem com grandes chances de ser candidato e recentemente ele disse que estaria com o PMDB até o final e se o partido vai lançar candidato próprio, essa é a oportunidade dele de pleitear uma chapa. A não ser que ele queira sair do partido ou tenha deixado seu sonho de ser prefeito de lado. É preciso sair de cima do muro agora, principalmente ele que foi vice do Edson e sabe o quanto ele fez por Paulínia e que o Pavan só fez enganar a confiança de todo mundo, principalmente da população.
Postura do Bonavita
O também companheiro de partido, vereador Bonavita, já é mais claro e objetivo. Ele está no PMDB e provavelmente lançará candidatura própria. É um sonho dele e ele já tomou uma postura de oposição ao governo. Embora seja contra o movimento ‘Fora Pavan’, – e eu o respeito embora estejamos num ato justo, legal e porque a cidade não aguentará mais um ano e meio de Pavan -, o Bonavita é uma liderança e tem grandes chances de concorrer dentro do partido com o próprio Edson, com a Simone Moura, comigo, com Jurandir, enfim, é só cada um apresentar sua proposta e ver o que é melhor para Paulínia, o que é muito melhor do que a gente esvaziar o grupo.
Postura dos outros
Já estou sabendo que o PSDC vai usar a Tribuna Livre da Câmara na semana que vem e que o partido também é oposição ao governo. No entanto, esse partido tem Siméia Zanon e Dr. Gustavo Yatecola como vereadores. A Siméia já se posicionou contra o governo, mas o Yatecola ainda não disse nada. Além disso, temos o Custódio como oposição desde o começo; o Loira, que prefere ficar quieto e talvez esteja amarrado com os vereadores de situação; o Marquinho Fiorella, presidente da Casa e vereador mais bem votado da história de Paulínia, que também está sem definição de lados. Mas, pelo que sei, o Peixe está dando dois passos para trás, afinal está sendo insuportável e insustentável o que está acontecendo em Paulínia e vai ficar uma mancha na história, a herança maior do Pavan. Por isso, sob meu ponto de vista, a bancada de sustentação do governo não segura até o final do ano.
Caso Palito
Já o vereador Palito, que é do partido do prefeito, antes ficasse quieto do que falar o que ele falou lá na sessão. Ele começou alisando e ao mesmo tempo deu uma opinião que ao meu ver, mostra bem que ele só pensa nele próprio. Ele disse: “Puxa vida, justo no meu mandato tive de pegar uma greve dessa”?. Quê tipo de pensamento é esse? Está pensando só nos votos dele? E a população? E ele que está no partido do prefeito, tem tido acesso ao Executivo ou só aparece quando é para tirar foto com empresários da fábrica de chocolate ou da LG, que ainda nem saiu do chão? O interesse do Palito, até agora, não está bem claro. Ele é a favor do Pavan ou do servidor e da população?
É importante saber
Eu faço esses tipos de questionamentos porque é importante o povo saber quem está ao seu lado na hora da crise, no momento mais difícil. Porque distribuir sorrisos e tapinhas nas costas em época de eleição é fácil. Não podemos deixar que quem foi eleito para defender o interesse da população esteja negligente ao seu sofrimento e todos nós estamos sofrendo com essa greve. Ou não estamos? Bom, nós temos um ano para definir quem é e quem não é candidato. Falta pouco para a eleição e é preciso estar consciente desde já.
Braço de ferro
Enquanto uns e outros olham para o seu próprio umbigo, o prefeito-muleta continua fazendo seu braço de ferro infantil com os servidores, com a população, não medindo esforços e deixando os mais necessitados de lado. Publicou esta semana uma carta tentando negociar com a categoria fora do judiciário, usou até o semanário pra isso, assediando moralmente os funcionários a negociar com RH da Prefeitura para não ter seus dias de greve descontados. Ora, a greve é um movimento legítimo, direito de todo funcionário e foi o Pavan quem jogou o processo para a chamada justiça comum, na qual demora muito mais chegar a uma decisão devido à quantidade muito maior de processos. Parece até que ele está querendo aumentar os dias da greve só para tentar descontar mais do servidor. Que vergonha!
Tiro no outro pé
Não é à toa que o Pavan ficou conhecido como prefeito-muleta. Primeiro precisou do pai pra se eleger e depois precisou do Edson Moura. Só que agora ele vai precisar mesmo de boa muleta, afinal, esta semana ele deu um tiro em cada pé. O primeiro eu coloquei lá em cima e este para encerrar: com dinheiro público, num panfleto bem bonito ele fez questão de destacar que Paulínia tem a melhor saúde da RMC. Eu me pergunto: como ele consegue mandar um panfleto desse para a casa das pessoas? Porque as pessoas sabem que não é isso que está acontecendo agora. E pior, os dados principais são de 2008, um chega a ser até de 2006, anos em que Edson Moura foi prefeito!!!
Esclarecendo tudo
Será que o Pavan achou que a gente ia engolir a conversa de que os bons resultados da Saúde de Paulínia fossem dele? Ah, por isso eu fiz questão de rebater e jogar a verdade num panfleto explicando toda a verdade, dizendo que ele quer levar a fama da gestão passada do quesito saúde. Mas nós vamos desmascarar, porque além de ser um péssimo gestor, ele tenta ludibriar as pessoas, é vingativo, e ainda por cima, mal assessorado. Infelizmente, temos de passar por isso, mas que sirva de lição pra gente olhar melhor para os nossos governantes, principalmente o caráter da pessoa, que é coisa que o Pavan não tem.
Pense mais
“… na medida em que se faz político, o intelectual trai a cultura; na medida em que se recusa a fazer-se político, a inutiliza”. Norberto Bobbio