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Uma administração à beira do abismo

Governo Dixon enfrenta crise dentro do próprio grupo político: em oito meses de governo, seis secretários deixaram os cargos. Até o vice-prefeito anunciou seu rompimento com a atual administração

Comparado a governos anteriores, a administração do prefeito Dixon Carvalho (PP) é a que mais transparece sua instabilidade dentro do próprio grupo político. Desde o primeiro dia de mandato, 1º de janeiro de 2017, até hoje, seis secretários nomeados pelo próprio prefeito, pediram exoneração de seus cargos.
O crítico de cinema Rubens Ewald Filho foi o primeiro deles. Escolhido para ocupar a pasta de Cultura, ele anunciou sua saída pouco depois de assumir o cargo, alegando compromissos anteriores ao convite. Depois dele, vieram outros cinco afastamentos.
A Secretaria de Finanças e Administração perdeu Valmir Ferreira da Silva, a de Negócios Jurídico ficou sem Elisete Quadros. George Burlandy desistiu do cargo de secretário de Saúde enquanto Aristides Ricatto deixou a Secretaria de Governo. David Rodrigues Lima, que ocupava o cargo de secretário de Turismo, também se desligou do governo Dixon.
A surpresa maior aconteceu com o vice-prefeito, Sandro Caprino. Ele, que já vinha demonstrando insatisfação com o método de governabilidade adotado pelo prefeito de Paulínia, anunciou seu rompimento com o chefe do Executivo, porém, continua atuando dentro de suas funções.

Troca-troca
Com a saída do secretário de Cultura, Dixon resolveu “tapar o buraco” com a então secretária de Planejamento, Janaína Padovani: ela passou a ocupar a cadeira de Cultura, enquanto no seu lugar foi nomeado Vlamilson Vieira.

Instabilidade
Com tantas mudanças no secretariado, a população se sente perdida e diz que as consequências são refletidas nos serviços básicos.
“Tá uma bagunça. Se você me perguntar hoje quem é o secretário de Saúde, eu não sei te responder. Aí fica mudando toda hora e vira o que você está vendo aqui no Hospital, uma situação complicada, faltando um monte de coisa para os pacientes”, disse o encarregado de obra Josenildo Cristiano Félix, morador do bairro Marieta Dian.
Para a operadora de telemarketing Maria Magda Ribeiro, a situação é bem mais complicada. “Toda vez que sai um secretário, tudo fica parado, nada anda. Até que o outro secretário assuma e retome os andamentos, demora demais e quem paga é a gente né, o povo, que não tem nada a ver com isso”.