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Unimed Paulistana decreta falência e preocupa clientes

Segundo a ANS, os beneficiários devem manter o pagamento de seus boletos para garantir o direito à migração para uma nova operadora
Segundo a ANS, os beneficiários devem manter o pagamento de seus boletos para garantir o direito à migração para uma nova operadora

ANS determinou que empresa transfira beneficiários para outros planos. Medida afetará 740 mil clientes, a maioria na cidade de São Paulo

Após a Unimed Paulistana falir, muitos hospitais e laboratórios já deixaram de atender o convênio, apesar de a operadora ter o prazo de 30 dias para transferir seus clientes para outro plano de saúde.
A dona de casa Leonor Maria Jorge, de 74 anos, que está com o marido, de 81 anos, internado na UTI há um ano e meio, já acionou a Justiça. Eles pagam convênio há 45 anos e não esperavam ter que se preocupar com isso. “Que plano de saúde vai me pegar [aceitar], agora? Com o meu marido desse jeito… eu, com a idade que tenho”, questiona ela. O hospital onde seu marido está internado descredenciou a Unimed Paulistana e a filha cogitou uma transferência.
No Hospital Santa Helena, hospital da própria Unimed, no Centro de São Paulo, os pacientes estavam angustiados com a notícia. “Então tivemos que vim pra cá, porque é da Unimed, foi o único local que nos atendeu”, contou.
O convênio, que possui 744 mil beneficiários, faliu e a ANS (Agência Nacional de Saúde) suspendeu a venda de novos planos. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (2) por causa de problemas financeiros, assistenciais e administrativos da operadora.
Segundo a ANS, os beneficiários devem manter o pagamento de seus boletos para garantir o direito à migração para uma nova operadora. A Unimed Paulistana também tem a obrigação de manter a assistência aos seus clientes até que a transferência para outra operadora seja finalizada.
A decoradora Solange Antunes da Cruz conta que só conseguiu atendimento no Santa Helena. “Liguei pra 4 laboratórios que informaram que temporariamente a Unimed estaria com atendimento suspenso. São 8 anos pagando e exatamente no momento que eu estou mais precisando, acontece isso. Estou bem preocupada com o que vai acontecer com a gente”.
A empresa que assumir os clientes terá de respeitar as mesmas carências e não poderá interromper os tratamentos e nem internações. A Unimed Paulistana diz que durante o período de transferência os atendimentos permanecem normalizados. Os clientes que tiverem alguma dúvida podem ligar para ANS ou recorrer à Justiça, caso ache que foi lesado.
“Se houver uma diminuição na rede credenciada, uma piora no atendimento, esses clientes podem procurar a Justiça ou tentar uma outra alternativa, trocar de plano de saúde através da portabilidade”, explicou a advogada especialista em Direito à Saúde, Renata Vilhena Silva.