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Universidade São Marcos proíbe entrada de alunos inadimplentes

Além da trava nas catracas, os alunos reclamam que não receberam o netbook prometido pela instituição

Estudantes foram barrados na catraca e não puderam fazer provas bimestrais; houve princípio de tumulto
 
Alunos que têm o pagamento de mensalidades atrasadas da Universidade São Marcos, em Paulínia, foram impedidos de entrar no campus para fazer provas na noite de segunda-feira (18), o que provocou tumulto. Os estudantes foram barrados na catraca quando tentaram passar o crachá. Eles não negam que estão inadimplentes, mas reclamam que a medida contraria a lei que permite o acesso às aulas até o fim do período matriculado.
Pela lei 9.870 de 23 de novembro de 1999 do Código de Defesa do Consumidor, a universidade não é obrigada a renovar o contrato com alunos inadimplentes. Mas depois que a matrícula é feita, o estudante tem o direito de frequentar as aultas durante todo o semestre e participar de todas as atividades, inclusive fazer as provas regulares.
 “A Universidade São Marcos não honra com os seus compromissos, divulga amplamente em seu site propaganda enganosa em que cada aluno recebe um netbook como material didático, quando na verdade apenas uma minoria o recebeu”, disse em nota enviada à imprensa o aluno Michel Firmino de Morais. “É divulgada a adoção de uma plataforma online onde o aluno opta por estudar em casa ou fazer o curso presencialmente, o chamado Sistema Flex. A plataforma durou poucos meses e hoje não existe mais; não é fornecida a grade curricular desses cursos cuja qualidade é duvidosa e os quais não são reconhecidos pelo MEC”, completa.
Diante da mobilização dos alunos e com a presença da imprensa no local, a diretora financeira da Universidade São Marcos, Carla Wiser, justificou que os alunos poderão refazer as provas, mas que a entrada só será permitida depois de negociação da dívida com a instituição.
Mesmo assim, alguns alunos fizeram Boletim de Ocorrência na Delegacia de Paulínia e procuraram o Procon da cidade para oficializar as queixas. A aluna Laura Lopes ficou em atraso com a mensalidade apenas cinco dias. “O período de atraso foi pequeno, mas mesmo assim não me deixaram entrar eu vou ter que pagar para fazer as provas que perdi”.
Outra reclamação da aluna é sobre o netbook que ela também não recebeu. “No site dizia que o aluno ganharia netbook no ato da matrícula. Eu fiz, isso já faz seis meses, e até hoje esse netbook não chegou”.
A diretora do Procon de Paulínia, Ângela Duarte, disse que a Universidade já foi notificada. “O Procon já notificou a São Marcos para que ela esclareça o que está acontecendo dentro da Universidade com relação a atitude vexatória que ela está expondo o aluno inadimplente”.
Novamente o Jornal Tribuna tentou falar com algum representante da Universidade sobre o assunto, mas ninguém quis se manifestar.