Início Paulínia Cidade Digital: Tribunal julga irregular contrato firmado na gestão de Pavan

Cidade Digital: Tribunal julga irregular contrato firmado na gestão de Pavan

Câmeras de segurança instaladas para monitoramento do município fazem parte do projeto
Câmeras de segurança instaladas para monitoramento do município fazem parte do projeto

Projeto estimado em mais de R$ 23 milhões não chegou a ser aplicado em Paulínia

O colegiado da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) julgou irregular durante sessão realizada no dia 18 de março, o processo licitatório e também o contrato referente ao “Programa Cidade Digital”, que seria implantado em Paulínia durante a gestão do ex-prefeito José Pavan Junior (PSB). O projeto foi estimado em R$ 23 milhões, mas, não foi colocado em prática.
Além de Pavan, que foi identificado como autoridade responsável pela Abertura do Certame Licitatório e pela Homologação, foram multados os ex-secretários, Leonardo Espártaco Cézar Ballone (Negócios Jurídicos) e Esdras Pavan (Planejamento, Desenvolvimento e Coordenação) como autoridades que firmaram os Instrumentos.
Os conselheiros do TCE-SP analisaram os itens da licitação e também do contrato firmado com o Consórcio Smart Cities, responsável na prestação de serviços de implantação, gestão, capacitação, operação, manutenção e fornecimento de infraestrutura da rede de comunicação em Paulínia, visando possibilitar a interconexão das Unidades de Gestão do Governo Municipal e a inclusão digital dos munícipes. Em alguns desses itens, foram encontraram as irregularidades.
Entre as irregularidades encontradas tanto no processo licitatório, como no contrato, estão a falta de apresentação dos planos de viabilidade, de sustentação e a análise de risco para o empreendimento da municipalidade, de forma a colocar todo o projeto em fase alerta e com grande impacto negativo caso algum sinistro viesse a ocorrer; planejamento de resolução de problemas no decorrer da implantação e origem de verbas para eventuais despesas na abertura de valas, ruas, concretagem e outras decorrentes da construção da infraestrutura.
Também foram apontadas como irregular a falta de garantia de continuidade do negócio e preservação de investimentos realizados pela municipalidade; as especificações técnicas do equipamento não explicarem as funcionalidades pretendidas, além de ser especificamente indicado o computador para gerenciamento gráfico, descrito como Intel Xeon Quad Core, o que conduz em licitação direcionada.
O Contrato foi celebrado entre a empresa e a Prefeitura Municipal de Paulínia em 12 de janeiro de 2012 e foi estimado em R$ 23.579.719,10 (vinte e três milhões quinhentos e setenta e nove mil e setecentos e dezenove reais e dez centavos).

Despacho

Em seu despacho, o conselheiro Renato Martins Costa, responsável pelo caso declara, “voto pela irregularidade do Pregão Presencial nº 43/2011 e do Contrato nº 027/2012, de 12 de janeiro de 2012, celebrado entre a Prefeitura Municipal de Paulínia e o Consórcio Smart Cities, acionando, por conseguinte o disposto nos incisos XV e XXVII, do artigo 2º da Lei Complementar nº 709/93 e com fundamento no artigo 104, inciso II, da Lei Complementar nº 709/93, aplico aos responsáveis legais José Pavan Júnior, Leonardo Espártaco Cézar Ballone e Esdras Pavan, multas individuais no valor correspondente a 200 UFESP´s, a serem recolhidas ao Fundo Especial de Despesa do Tribunal de Contas do Estado”, conclui.

O Programa

O “Programa Cidade Digital”, abrangeria entre os serviços oferecidos, o monitoramento de Segurança por Câmeras em vários pontos, além de internet gratuita em toda a cidade. Durante as festividades em comemoração ao 48º Aniversário de Paulínia, em 2012, o ex-prefeito José Pavan Júnior anunciou a implantação do programa e câmeras de vigilância chegaram a ser instaladas em alguns pontos. O projeto previa a instalação de 150 câmeras pela cidade.
Em outubro do mesmo ano, a Prefeitura de Paulínia iniciou a instalação das torres que pertencem ao projeto “Cidade Digital”. Elas foram instaladas no Centro Odontológico (Serod), no bairro Monte Alegre, na Creche “Beatriz Fadin da Silva”, no Cooperlotes e na EMEI “Leonor J. de Campos Pietrobom”, no bairro Alto de Pinheiros, mas estão sem uso. (Fonte: Alerta Paulínia).