Início Paulínia Falta de gestão faz com que Corpus deixe Paulínia

Falta de gestão faz com que Corpus deixe Paulínia

17 anos em Paulínia, Sistema de coleta da Corpus em Paulínia é referência nacional em saneamento

Representantes de consórcios nacionais e da Prefeitura de São Paulo vieram conhecer o sistema de soterramento e o trabalho da Corpus em Paulínia

A Corpus Saneamento e Obras atuou na cidade de Paulínia por 17 anos e sempre fez investimentos em técnicas modernas de coleta a armazenagem de lixo. Por isso, no ano passado, recebeu uma comitiva de 12 pessoas numa visita técnica ao sistema Meclix no Rodoshopping de Paulínia, conhecido popularmente como o sistema de lixeiras soterradas. A apresentação foi acompanhada pelo gestor operacional sênior da empresa, Denis Roberto do Rego.

Na oportunidade, representantes da empresa Sotkon, a diretoria e superintendência dos consórcios Ecourbis e Loga, a gerência da Soma e os representantes da Prefeitura de São Paulo pela AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana de São Paulo), participam de uma demonstração completa de todo o funcionamento da operação de coleta, transporte e também sobre o processo e os equipamentos do sistema Meclix, promovidos pela Corpus em Paulínia.
“Todos os visitantes mostraram satisfação com o sistema e a visita. Foi elogiada a operação da Corpus, bem como o estado geral da cidade de Paulínia”, divulgou na época o gestor da empresa.

Diferenciada
Com o serviço diferenciado de contentores soterrados desde 2011, Paulínia conquistou destaque em cenário nacional. O sistema é totalmente inovador e existe apenas em alguns países da Europa. Sem ocupar espaço entre as ruas e calçadas, as cubas de concreto ficam soterradas junto a contêineres plásticos. Na superfície, ficam apenas as tampas e as duas lixeiras com fundo falso para o depósito dos resíduos seletivos (papel, plástico, alumínio) e orgânicos (alimentos) que são encaminhados para os contêineres.

Quando a capacidade de 3.000 litros de lixo está próxima de ser atingida, um sensor é acionado automaticamente e uma equipe da empresa Corpus faz o recolhimento. É simples: o funcionário abre a tampa na superfície com uma chave e prende o contêiner que está soterrado na grua do caminhão. O contentor é esvaziado graças ao sistema universal de volteio, retornando ao subsolo, uma operação dura em média quatro minutos.

Em diversos pontos estratégicos da cidade, como o Rodoshopping, Hospital Municipal e ruas do Centro, as lixeiras eram facilmente identificadas pela população, pois estavam devidamente identificadas para destinação de diferentes resíduos.

Mudou a cidade
Atuando na cidade de Paulínia desde janeiro de 2000, a empresa Corpus Saneamento em Obras fundiu-se ao cotidiano da cidade. Há 17 anos, as praças arborizadas, jardins viçosos e as ruas e prédios públicos sempre limpos que fazem de Paulínia uma referência regional em qualidade de vida e promovem a imagem de potência de investimentos, eram responsabilidade da empresa.

Fundada em 1982 pelo engenheiro Cineas Feijó Valente – projetista do primeiro aterro sanitário do Brasil -, a experiência e a qualidade na prestação de serviços no setor de limpeza urbana eram as garantias da manutenção de seu abrangente contrato com a Prefeitura Municipal de Paulínia. Além das praças e jardins, a empresa atuava na execução dos serviços de coleta manual e mecanizada de lixo domiciliar, comercial e hospitalar público, incluindo a coleta seletiva em 20% da cidade. No total, eram mais de 24 serviços diferentes por toda a cidade.

O trabalho da empresa também podia ser visto na limpeza de todos os prédios públicos de Paulínia e na coleta e transporte de poda de árvores e resíduos resultantes das atividades de manutenção de áreas verdes e serviços gerais com fornecimento de picador de galhos – muito útil no período de fortes chuvas.

Tanto trabalho chegou a gerar emprego para mais de 800 colaboradores paulinenses. A Corpus também fez de Paulínia uma das poucas cidades no Brasil a dispor gratuitamente para a população o serviço de coleta especial de móveis e entulhos com caçambas estacionárias.

Primeiro caminhão 100% elétrico do mundo estava em Paulínia

Paulínia contava com o primeiro caminhão 100% elétrico destinado a coleta e compactação de lixo do mundo. O projeto foi fruto de uma parceria entre a Corpus Saneamento e Obras e a fabricante chinesa BYD, e continua em operação em outras cidades como Indaiatuba, Tietê, Salto e Valinhos.

O veículo pode compactar até 16 toneladas de lixo por turno de funcionamento – e tem autonomia estimada superior a 200 quilômetros ou 8 horas de operação por recarga. Neste ano, a energia gerada em aterro seria utilizada para abastecer os veículos elétricos, fechando um ciclo totalmente sustentável.

O modelo escolhido pela Corpus foi o BYD eT8A, que ganhou um compactador hidráulico para armazenar os resíduos recolhidos – e assim se torna o primeiro veículo 100% elétrico produzido em massa utilizado para tal finalidade no mundo.

Alimentado por uma bateria de fosfato de ferro lítio – reciclável, com vida útil de até 40 anos – o caminhão coletor não emite gases ou fumaça de escapamento na atmosfera, possui manutenção simplificada e é bem mais silencioso do que os veículos tradicionais utilizados na limpeza urbana.

Certificações
Comprometida com a qualidade dos serviços prestados e com a estratégia de oferecer novas tecnologias e soluções nos ramos em que atua, a Corpus investe continuamente no aprimoramento profissional de seus funcionários, em tecnologia e no desenvolvimento do seu Sistema Integrado de Gestão, o que lhe garante as certificações ISO 9001:2008, ISO 14001:2004, OHSAS 18001:2007 com escopo em Coleta, Transporte e Destinação Final de Resíduos Classes I, II-a e II-b no Estado de São Paulo.
Estas certificações são resultado do comprometimento da empresa em relação ao meio ambiente, qualidade, saúde e segurança e garantem que os serviços executados nos clientes tenham o mais rigoroso padrão de qualidade, respeitando as normas ambientais e preservando a segurança e a saúde de seus funcionários.

Empresa que substituiu a Corpus é acusada de favorecimento em licitação de Monte Mor

Reportagem do SP Record explica que a licitação para serviço de limpeza urbana do município pode ter sido direcionada em benefício da Filadélfia Locação e Construção Ltda, a mesma que substituiu a Corpus em Paulínia
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE/SP) considerou irregular o pregão que contratou a Filadélfia Locação e Construção Ltda, empresa responsável pelos serviços de limpeza urbana e coleta de lixo em Monte Mor. O relatório aprovado por unanimidade pela segunda Câmara do Tribunal afirma que os procedimentos adotados provocaram distorções tanto na licitação quanto na execução dos serviços.

O contrato foi firmado em 1º de outubro de 2015 pelo prefeito Thiago Assis, reeleito no ano passado. O valor total é de R$ 35.220.000,00 por 60 meses. No pregão presencial, a Prefeitura de Monte Mor apresentou 10 serviços a serem prestados pela empresa vencedora.

São eles: 1 – Coleta de lixo domiciliar; 2 – Implantação, manutenção e higienização de contêineres de mil litros; 3 – Varrição manual de vias e logradouros públicos; 4 – Equipe padrão para roçada manual de áreas públicas; 5 – Equipe padrão para serviços de limpeza de boca-de-lobo; 6 – Equipe padrão de raspagem e pintura de guia; 7 – Equipe padrão para serviços de poda; 8 – Equipe padrão para capina; 9 – Equipe padrão de coleta seletiva; 10 – Equipe padrão de limpeza de canais e córregos.

Quem venceu a licitação foi a Filadélfia Locação e Construção Ltda., que apresentou o menor valor global, ou seja, o preço total do conjunto de serviços oferecidos pela empresa foi inferior ao apresentado pelas outras sete participantes.

Para o Tribunal de Contas do Estado, o problema começou a aparecer com a execução do contrato. A Prefeitura só emitiu ordens de serviço para os dois primeiros itens, os demais, ficaram a cargo dos próprios servidores municipais, só que justamente na coleta de lixo, a Filadélfia apresentou o valor de R$ 172,73 por tonelada, maior que a expectativa de desembolso da prefeitura (R$ 171,67) e que é a proposta das demais concorrentes.

No relatório do Tribunal de Contas, o conselheiro Robson Marinho afirma que a Filadélfia só saiu vencedora por ter proposto valores bem abaixo do orçado para os itens 2 a 9 e não no item 1.

Para o advogado Paulo Braga, especialista em direito público, com base nas informações do relatório, a irregularidade na licitação fica evidente. “Ao final da licitação, na medida em que a municipalidade contratou somente as duas primeiras atividades, ela prestigiou a empresa vencedora e ocasionou em grave prejuízo aos outros concorrentes, porque dentro do plano de contratação da administração pública ela elegeu a empresa que dava o menor valor, era esse o critério de julgamento. Acontece que depois da contratação ela selecionou somente aquilo que tinha maior valor, então, para licitar houve um critério e para contratar houve outro. Está aí a grave irregularidade e o prejuízo aos outros candidatos, violando o princípio da lisura da licitação”.

No relatório, o conselheiro afirma que foram realizadas duas vistorias em Monte Mor para constatar a possível irregularidade. A prefeitura foi notificada e a a decisão do TCE ainda estipula uma multa ao prefeito Thiago Assis no valor de aproximadamente R$ 8 mil.

Em nota, a Prefeitura de Monte Mor afirmou que a Filadélfia apresenta todos os requisitos exigidos no edital e reconhece que a empresa só presta o serviço de coleta e de locação de contêineres. A Prefeitura afirma que tomou essa atitude para economizar. “Eles economizaram quando procederam a licitação. Quando efetivaram o contrato, desprezaram uma parte da licitação e contrataram justamente a parte mais onerosa. Então, ao que nos parece, há uma grave oneração dos cofres públicos”, disse o advogado.

Vereadores decidem
No texto, o relator propõe que os documentos sejam encaminhados para a Câmara Municipal da cidade porque os vereadores possuem a autoridade para sustar o contrato com a empresa. Porém em Monte Mor, 11 dos 15 vereadores são aliados da atual gestão e já demonstraram apoio ao governo municipal neste caso.

Para o advogado, essas possíveis irregularidades podem levar a um processo de improbidade administrativa. “São dois desdobramentos. O primeiro é que o Poder Judiciário, ao receber a ação de improbidade administrativa pode determinar, a depender do caso, o imediato afastamento do prefeito sem prejuízo, e se julgada procedente e confirmada nas instâncias, ele pode se tornar inelegível por 8 anos. Na segunda situação, em hipótese jurídica, seria a própria Câmara a instaurar um procedimento de impedimento em desfavor do gestor local”.

Assista a reportagem sobre o assunto:

 

Não tem qualificação para atuar em Paulínia

A Filadélfia Locação e Construção EIRELI – EPP, de Monte Alto/SP, que atualmente está operando o serviço de coleta de resíduos e limpeza urbana em Paulínia, tem vários impedimentos técnicos e burocráticos que a classifica como inapta a exercer a função. De acordo com as informações do comprovante de inscrição e de situação cadastral da empresa, não há a qualificação exigida para a operação dos serviços na cidade.
Segundo o parecer oficial do secretário dos Negócios Jurídicos, Alessandro Baumgartneer, elaborado no dia 03 de fevereiro de 2017, a empresa também não poderia ser a ganhadora do contrato emergencial, já que é classificada como EIRELI EPP (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – Empresa de Pequeno Porte), que limita o faturamento anual da categoria em R$ 3,6 milhões, valor bem abaixo do que pretende arrecadar apenas com o contrato de Paulínia, R$ R$ 11,3 milhões.

Ainda de acordo com o parecer, “o escopo dos serviços que se pretende são extremamente técnicos e exigem certificação e experiência que, a priori, não fazem parte das características da empresa, prova disso é que o total de funcionários da empresa é muito inferior ao número de funcionários que ela precisa para prestar serviços para apenas este contrato”, relatou o secretário no documento.

Baumgartneer alertou ainda sobre o possível vazamento de informações sigilosas, já que a empresa protocolou um pedido de informação sobre planilhas, projetos e anexos da localização dos locais onde seriam executados os serviços (protocolo 2017000001339) e também sua proposta de preços (protocolo 2017000001715) antes do anúncio oficial da Prefeitura.

“…possibilidade de vazamento de informações de dentro da administração, o que poderia ser entendido como favorecimento a uma pessoa que é próxima da administração, ainda mais quando uma planilha que tramitou apenas internamente é apresentada por terceiros”, diz o parecer.

O secretário encerrou seu parecer sugerindo que os valores apresentados pela Filadélfia não fossem considerados nem como referência “afinal a empresa pelo seu objeto social e escopo de serviços, não apresentou expertise nem atestados que demonstrem capacidade de prestar os serviços pretendidos”.

Já passou por aqui
Entre os anos de 2008 e 2012, na administração de José Pavan Júnior, esta mesma empresa havia sido contratada pela Prefeitura de Paulínia para serviços de limpeza das piscinas públicas, porém houve queixas da qualidade de seus serviços.

Lixo já se acumula em Paulínia
A Filadélfia assumiu o serviço de coleta de lixo em Paulínia às zero horas de quarta-feira (3) e já tem criado transtornos. Os paulinenses têm usado as redes sociais para reclamar que a coleta não está sendo feita com regularidade.
“Moro no Monte Alegre 2 e aqui na minha rua, a coleta de lixo passa três vezes por semana: às terças, quintas e aos sábados. A última vez que vi os coletores aqui foi na terça. O lixo já começa a acumular”, disse Marcia Rosa Ribeiro.
Para José Carlos Barbosa, a situação é ainda pior. “Quando a Corpus saiu, retirou as lixeiras subterrâneas aqui da José Paulino. Agora nós comerciantes, que temos uma grande produção de lixo, não temos onde deixar nem os recicláveis. Olha essa praça central como está. Já já nem os pedestres conseguirão passar pelas calçadas”, afirmou.

Filadélfia Locação e Construção EIRELI – EPP

* Possui impedimentos técnicos e burocráticos;
* Não tem qualificação exigida para a operação dos serviços em Paulínia;
* Não poderia ser a ganhadora do contrato emergencial, já que é classificada como EIRELI EPP, que limita o faturamento anual da categoria em R$ 3,6 milhões;
* Os serviços que se pretende são técnicos e exigem certificação e experiência que, a priori, não fazem parte das características da empresa;
* Total de funcionários da empresa é inferior ao número de funcionários que ela precisa para prestar serviços neste contrato;
* O vazamento de informações sigilosas pode ser entendido como favorecimento;
* Empresa não apresentou expertise nem atestados que demonstrem capacidade de prestar os serviços pretendidos;
* Possui 224 apontamentos registrados no Serasa;
* Há registro de rescisão de contrato em outra cidade