Início Colunas Frustração e aceitação: Uma jornada em direção ao respeito às escolhas infantis

Frustração e aceitação: Uma jornada em direção ao respeito às escolhas infantis

Pra quem é responsável em criar e cuidar de uma criança/adolescente sabe o quanto isso demanda de energia e como exige do nosso constante aprendizado.

Por vezes ficamos frustrados quando nossas expectativas não são atendidas não é mesmo?

Ao olhar para uma criança logo vêm os planos: o que vai estudar, quais atividades extras vão fazer, qual religião vai seguir, qual time vai torcer, como vai se comportar, até mesmo o gosto musical, cor favorita, esporte ou hobbies já temos planejado.

Quando projetamos nossos gostos e desejos nessa criança esquecemos do ser único que foi trazido ao mundo e que essa individualidade vai torná-lo especial.

Segundo uma pesquisa da Universidade de Columbia, crianças cujos pais projetam suas próprias expectativas e desejos nelas são mais propensas a sofrer de ansiedade e depressão. Além disso, um estudo da Universidade de Michigan mostrou que a projeção dos pais pode afetar negativamente a autoestima e a autonomia dos filhos.

Ou seja, se pensarmos que a criança que está a nossa frente será obrigada a seguir por um caminho que não lhe interessa ela terá grandes chances de ser infeliz!

Não estou dizendo que não devemos transmitir nossos gostos e nossas atividades para essas crianças e adolescentes, isso deve ser parte do repertório de estímulos que ela receberá, mas esse olhar muda quando, eu adulto, também estou aberto a um diálogo de ideias e desejos. Inclusive esse pode ser a abertura de um mundo totalmente novo e desconhecido pra mim.

Invista em descobrir quem é essa criança/adolescente que está a sua frente! O que ela gosta de fazer? O que desperta sua curiosidade? Quais são seus planos?

Isso gera verdadeiras conexões e as chances de você estar criando um adulto potente e feliz aumentam significativamente.

E eu acredito que todo seu esforço é para que isso se concretize.

André Luís de Oliveira

Pai da Giulia, Coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos no Paulínia Racing e Conselheiro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

@profandreoliveira

Artigo anteriorRael, um dos cantores mais versáteis da sua geração, mostra como transita perfeitamente entre o rap e o pop 
Próximo artigoPilates na terceira idade por Cristiane Pádua de Oliveira