TRT-15 acatou pedido de dissídio coletivo dos funcionários. Audiência de conciliação está marcada para a próxima terça-feira (20)
Em assembléia realizada na última quarta-feira (14) entre funcionários da Sancetur, que operam parte do transporte escolar de Paulínia, e o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida, ficou decidida a suspensão da greve da categoria marcada para começar na quinta-feira (15), conforme anunciado pelo Jornal Tribuna.
Os advogados da entidade protocolaram pedido de dissídio coletivo junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), que foi acatado. A audiência de conciliação designada pelo TRT-15 foi agendada para a próxima terça-feira (20).
Tanto a entidade quanto os trabalhadores preferiram encaminhar uma saída alternativa jurídica, para garantir o direito dos funcionários e protegê-los das tentativas de intimidação e das ameaças que vinham sofrendo por intermédio do advogado da empresa, segundo informou o vice-presidente do sindicato, em vídeo gravado logo após a reunião. “Nós estamos suspendendo a greve por tempo indeterminado, em respeito às famílias que precisam do transporte e até que possamos buscar uma solução pacífica na justiça, para evitar que o trabalhador fique com medo, aterrorizado, por parte do patrão, que ameaça os trabalhadores o tempo todo”, garantiu Almeida.
No dissídio coletivo, os funcionários da Sancetur pedem o mesmo índice de reajuste salarial obtido pelos funcionários da empresa Flama, de 6%; aumento de 8% sobre os benefícios e que a empresa regularize os pagamentos do FGTS e recolhimentos do INSS.
No vídeo, Izael Almeida informou, ainda, que a empresa teria proposto aos funcionários (motoristas) que eles levassem os ônibus para suas casas antes da data da paralisação, como modo de tentar evitar a greve, “causando mais um transtorno e colocando os trabalhadores numa situação ainda mais constragedora”, segundo ele.
Sem solução
O impasse entre a categoria e a Sancetur ficou ainda mais insolúvel depois da paralisação promovida no dia 19 de junho e da reunião ocorrida no Paço Municipal de Paulínia entre o prefeito Loira, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida, e a comissão de funcionários da empresa. Na ocasião, o prefeito interino se comprometeu a ajudar a solucionar a questão, mas, até o momento, nada aconteceu.
Após o encontro, Izael Almeida informou ao Jornal Tribuna que teria havido uma segunda reunião entre representantes da Sancetur, o prefeito Loira e representantes da direção do sindicato em Campinas no dia 2 de julho deste ano, no Paço Municipal de Paulínia, e que logo após isso a negociação simplesmente parou.
Almeida ainda acusou a Sancetur, em outras matérias publicadas pelo jornal, de já ter fechado um acordo salarial com a intermediação da direção do sindicato em Campinas sem a participação dos funcionários. “Há muitos relatos de trabalhadores da Sancetur dizendo que não participaram de assembléia e que ninguém sabe o que é ou foi discutido nesse acordo”.
Outro lado
A reportagem voltou a questionar a empresa Sancetur por e-mail, nesta semana, sobre as acusações de ameaça e intimidação, por parte do advogado da empresa; a falta de regularidade dos pagamentos do FGTS e dos recolhimentos de INSS e sobre a falta de segurança nos ônibus, decorrente da ausência de manutenção adequada, mencionada por muitos dos funcionários ao sindicato. Também perguntamos à Sancetur se realmente foi solicitado aos motoristas que levassem os ônibus para casa antes da greve e por que motivo; por que a negociação com os funcionários simplesmente parou e se houve realmente um encontro na prefeitura de Paulínia entre algum representante da empresa, o prefeito Loira e a direção do sindicato em Campinas, no dia 2 de julho deste ano, como nos informou Izael Almeida em algumas ocasiões. Mas, até o fechamento desta edição, a Sancetur não respondeu aos questionamentos.
Ainda sobre a reunião mencionada, a prefeitura de Paulínia também foi questionada por intermédio da assessoria de imprensa, no dia 3 de julho de 2019. Mas o assessor responsável não respondeu as perguntas, à época. Voltamos a questionar a prefeitura na última sexta-feira (16), para tentar saber se a reunião realmente ocorreu, mas não obtivemos resposta até o fechamento da edição.