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Funcionários de empresas do Grupo Sancetur estão impedidos de realizar o saque do FGTS

O motivo, segundo a vice-presidência do Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região, é a falta de recolhimento das parcelas do benefício

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida, denunciou ao Jornal Tribuna que funcionários das empresas Sou Indaiatuba e Sou Valinhos – que operam o transporte urbano nesses municípios – além dos trabalhadores da Sancetur de Paulínia, responsável pela operação de parte do transporte escolar da cidade, não poderão realizar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – cujas regras foram anunciadas no final de julho pelo Governo Federal.
O motivo que impede os saques, segundo o sindicalista e representante da categoria, é a irregularidade nos recolhimentos do benefício por parte do Grupo Sancetur, também proprietária das operadoras de Indaiatuba e Valinhos.
Em vídeo registrado por Izael Almeida e enviado à reportagem, destinado aos grupos da categoria, ele lamenta a falta de compromisso da Sancetur. “Infelizmente vocês, mães e pais de família que precisavam desse dinheiro para pagar uma dívida, comprar um remédio, comprar um material escolar pro filho que precisa, estão sendo tolhidos desse direito. Sabe por que? Por que vocês não tem um tostão de FGTS recolhido, nem em Paulínia, nem em Valinhos e nem em Indaiatuba”, ressaltou Almeida.
Em assembleia realizada no dia 14 de agosto, tanto os funcionários da Sancetur, em Paulínia, quanto a vice-presidência da entidade decidiram suspender a greve na cidade, marcada para dia 15 do mesmo mês, porque o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) havia acatado o pedido de dissídio coletivo dos trabalhadores. Os funcionários da Sancetur solicitam reajuste salarial de 6%; aumento de 8% sobre os benefícios e que a empresa regularize os pagamentos do FGTS e recolhimentos do INSS.
“Já pedi ao setor jurídico do sindicato para entrar com uma liminar ou qualquer outra medida, para tentar obrigar a empresa a recolher o fundo de garantia. Ou então, se perdermos esse benefício do governo federal, vamos organizar uma mobilização e fazer o patrão pagar esse fundo de garantia”, ameaçou Izael Almeida.

Outro lado

Em entrevista concedida ao jornal TodoDia, de Americana, por conta de uma paralisação no transporte escolar de Paulínia, em outubro de 2018, o diretor da empresa, Marco Abi Chedid, disse que não procede a informação sobre o atraso dos repasses ao INSS e depósitos do FGTS e que via, à época, motivação política no sindicato. “A sancetur trabalha em oito cidades, só lá (Paulínia) que dá problema. Isso é uma briga dentro do sindicato de Campinas, ano que vem é ano eleitoral (no sindicato”, justificou na ocasião.
O Jornal Tribuna questionou a empresa Sancetur sobre o assunto, por meio de seu setor de marketing, como tem feito todas as vezes em que recebe denúncias por parte do sindicato da categoria. No entanto, mais uma vez, a empresa não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
A Sancetur opera por contrato emergencial em Paulínia, Indaiatuba e Americana. Em Valinhos, a empresa foi a vencedora da licitação para operar o transporte público em dezembro de 2016.