
Todo remédio tem efeito colateral. ‘A diferença entre remédio e veneno está na dose de prescrição’, cita o médico Dr. Anthony Wong
A revista Info divulgou uma seleção de remédios que ingerimos no dia a dia, que são falsos curativos para dores convencionais, como a dor de cabeça por exemplo. Isso porque com o tempo, tendem a gerar riscos para nossa saúde.
Vale lembrar que a automedicação é uma realidade no Brasil. O grande problema dos remédios ‘convencionais’ é que os efeitos colaterais a longo prazo fazem tanto mal quanto este ato impulsivo de ingerir determinado medicamento, visando a amenização ou eliminação da dor.
Em seu site, o Dr. Drauzio Varella entrevista o médico pediatra, toxicologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dr. Anthony Wong. Na ocasião, ele questionou o médico sobre a automedicação e perguntou se todos os remédios tem efeitos colaterais. Para responder a essa questão, Dr. Anthony parafraseou Paracelso, um famoso cientista suíço do passado, e disse: ‘Não há nada na natureza que não seja venenoso. A diferença entre remédio e veneno está na dose de prescrição”. A água, por exemplo, pode ser tóxica. Os afogamentos são causados por excesso de água e ela é um elemento de considerável importância nos casos de edema cerebral e pulmonar’. Confira:
Antibióticos: “O grande problema no uso de antibióticos é a utilização não só na dose correta como no período correto”, afirma Amouni. Quando isso não acontece, o antibiótico mata apenas as bactérias mais fracas. As mais resistentes sobrevivem e proliferam. O resultado é que o tratamento da infecção passa a exigir remédios mais caros, mais tóxicos e que precisam ser tomados por mais tempo.
Paracetamol: Tomar paracetamol diariamente por vários anos pode ter consequências ruins para a saúde. Pelo menos, é o que aponta um estudo da universidade inglesa de Leeds. De acordo com o trabalho, a ingestão exagerada do medicamento pode causar problemas cardíacos, renais e intestinais. O medicamento é um dos analgésicos mais usados no tratamento de dores e febre.
Antigripais: Quem toma remédios por conta de hipertensão deve ter atenção na hora de comprar medicamentos contra gripe. De acordo com Amouni, a presença de anti-inflamatórios não esteroidais na composição de antigripais pode diminuir a ação dos anti-hipertensivos.
Anticoncepcionais: A ingestão exagerada de pílulas anticoncepcionais pode causar trombose. A doença é caracterizada pela coagulação do sangue dentro de vasos sanguíneos, que pode ser fatal. “A condição de risco de eventos trombóticos é maior durante o primeiro ano de uso da pílula anticoncepcional”, explica Amouni. Segundo ela, fatores como ser obesa ou fumante elevam o risco de ocorrência de trombose.
Dipirona: Usada no combate a cólicas e febres, a dipirona pode ter efeitos colaterais ruins. De acordo com Amouni, a ingestão exagerada do remédio pode causar tremores, náuseas e reações alérgicas – como a asma. Além disso, a dipirona pode causar agranulocitose, doença caracterizada por uma grande redução no sangue do número de glóbulos brancos (células responsáveis pelo combate a infecções bacterianas) e que pode ser fatal.
Dorflex: Um levantamento realizado em 2013 pela consultoria IMS Health apontava o Dorflex como o remédio mais vendido do Brasil. Ele é indicado para dores — especialmente dores musculares. O medicamento contém o analgésico dipirona, o relaxante muscular orfenadrina e cafeína, que age como estimulante. Na bula, alterações do ritmo cardíaco, enjoos e reações alérgicas são alguns dos possíveis efeitos colaterais atribuídos ao remédio.
Vitamina D: A vitamina D é um nutriente que ajuda na formação dos ossos e no equilíbrio dos níveis de cálcio no organismo. Porém, quando ingerida em doses diárias superiores a 50 miligramas, ela se torna tóxica. “Os primeiros sintomas de intoxicação com vitamina D são perda do apetite, náuseas e vómitos, seguidos por sede excessiva, aumento da emissão de urina, fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial”, afirma Amouni.
Sibutramina: Indicada para tratamento da obesidade, a sibutramina é popular entre pessoas que querem perder peso. Mas seu uso indiscriminado pode ser nocivo. De acordo com a bula, a sibutramina pode causar aceleração dos batimentos cardíacos, náuseas e até delírios nas quatro primeiras semanas de uso. Dor de cabeça e tontura também são observadas em alguns casos.