Somente em 2016, o local já recebeu 26 animais silvestres capturados, que foram cuidados e devolvidos à natureza.
O Parque Ecológico de Paulínia recebeu na noite de terça-feira (25), a onça parda suçuarana capturada em uma empresa de Americana. O animal está sendo acompanhado por um veterinário e uma bióloga do município, e passará por exames e tratamento antes de ser devolvido à natureza.
De acordo com os especialistas, a onça é um macho adulto de cerca de 4 anos, com 51 quilos, 80 cm de altura e 2 metros de comprimento (cabeça ao rabo).
O animal recebeu uma sutura na lesão abaixo do pescoço e passa bem. A onça deverá ser solta em até cinco dias, com um colar para monitorar e estudar seu comportamento.
Somente em 2016, o Parque Ecológico de Paulínia já recebeu 26 animais silvestres capturados, que foram cuidados e devolvidos à natureza.
Segundo o veterinário Marcelo Telles de Queiroz, da Prefeitura de Paulínia, todos os animais capturados ou vítimas de violência na região vêm para o parque de Paulínia, em razão de uma parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes para Biodiversidade), do Ministério do Meio Ambiente.
Estudos mostram que, com a extinção das matas, o habitat de onças e outros animais selvagens, como capivaras, tatus e coelhos, têm sido as plantações de cana-de-açúcar, onde encontram alimentos.
Entre os animais que passaram pelo zoológico de Paulínia estão: pica-pau topete vermelho, jandaia maracanã, sagui de tufo preto, cágado de barbicha, tigre d´água, anú branco, galinha d’angola, gambá, cachorro do mato, frango d´água azul cara, gavião quiriquiri, coruja buraqueira, entre outros.
Outros animais
Há três meses, o Parque Ecológico de Paulínia recebeu um filhote de 5 meses de onça parda suçuarana. Mandala, como passou a ser chamado o animal, está em processo de aprendizado de caça para só depois ser inserido na natureza.
De acordo com Márcia Rodrigues, analista ambiental do ICMBio, em janeiro de 2017 o bebê onça será transferido para o Projeto Abayomi, em Itapira, onde continuará seu treinamento para captura de presa viva no habitat selvagem para sua alimentação e sobrevivência.
O filhote foi encontrado pela Polícia Ambiental de Campinas, entre as cidades de Jaguariúna e Campinas, e trazido para Paulínia.
“A mãe foi morta por um caçador e o filhote foi encontrado por um pescador na margem do rio Jaguari, totalmente desidratado. Recuperado, hoje ele já se alimenta sozinho no zoológico de Paulínia”, afirmou Márcia.
Instalado desde 2008 na região, o Instituto Chico Mendes está à procura de empresas para financiar a coleira de monitoramento não só do filhote, mas de outros animais resgatados pela entidade, pois a região tem um grande bioma de biodiversidade. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected].