Autoridades e técnicos permaneceram na região durante toda a semana
Ministros e técnicos de Ciência e Tecnologia do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido como Brics, estiveram na região na última semana para debater as prioridades e políticas dos países do bloco nessas duas áreas, bem como para aprovar o Plano de Trabalho do Brics em Ciência, Tecnologia e Inovação para o período 2019-2022. O documento foi apresentado em um hotel de Paulínia na última sexta-feira, com a presença do ministro Marcos Pontes e dos titulares das pastas dos demais países, dentro da programação da 7ª Reunião Ministerial sobre Ciência, Tecnologia e Inovação do Brics.
As reuniões envolveram a área técnica das pastas e foram realizadas a portas fechadas. O Plano de Trabalho foi criado em 2015 e criou bases para cooperação, investimentos e desenvolvimento de tecnologia entre os cinco países.O grupo ainda realizou outras atividades paralelas à reunião ministerial, entre a segunda-feira (16) e a quarta-feira (18).
Os ministros e técnicos também visitaram o Sirius, em Campinas (SP), na última quinta-feira (18), que deve começar a operar em 2020. Trata-se de um laboratório que possui um acelerador de partículas capaz de produzir a luz síncrotron, um tipo de radiação que funciona como um raio x para verificar a estrutura de materiais rapidamente, em escala de átomos e moléculas. Na Saúde, o Sirius permitirá um estudo melhor do cérebro humano, por exemplo, para ajudar a desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como o Alzheimer e o Parkinson; na área de Energia, pode ajudar a desenvolver baterias com maior duração e menor custo, reduzindo o tamanho desses dispositivos e aumentando a segurança, entre outros benefícios. O laboratório brasileiro será o 2º no mundo a operar luz síncrotron de 4ª geração, o primeiro é o MAX-IV, localizado na Suécia.
Brics
Os países do bloco representam 26,46% da área terrestre mundial, 42,58% da população mundial, 13,24% do poder de voto do Banco Mundial e 14,91% das quotas da FMI. Segundo as estimativas do FMI, os cinco países geraram 22,53% do PIB mundial em 2015 e contribuíram com mais de 50% do crescimento econômico mundial, nos últimos 10 anos. No campo científico e tecnológico, juntos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul contribuem com 17% do investimento global em pesquisa e desenvolvimento e com 27% dos artigos científicos publicados nos periódicos internacionais.