Início Destaques Prefeito decreta fim do PIF

Prefeito decreta fim do PIF

Em nova reunião com os pais, a comissão que participou da reunião com o prefeito explicou aos pais as mudanças para 2012

Mais um assunto polêmico envolvendo a atual administração ganhou destaque esta semana. Desta vez, o ‘alvo’ foram as mais de 500 crianças atendidas pelo PIF (Programa de Iniciação ao Futebol) do Paulínia Futebol Clube (PFC). A intenção da Prefeitura, de acordo com a diretoria do clube, é de acabar com o projeto a partir do ano que vem, e para isso, não concederia verba pública através dos subsídios anuais.

O PIF foi criado em meados de 2005 e atualmente recebe o subsídio no valor de R$ 1.1187.000,00 ao ano, divididos em quatro parcelas. O valor é destinado à compra de uniformes, materiais, pagamentos de funcionários, entre outras atividades e serviços, porém, a prefeitura não pagou a última parcela, no valor de R$ 296 mil, o que resultou no atraso do pagamento de salários, 13º, fornecedores de materiais esportivos, entre outros.

“Não tem outro motivo para ele fazer isso a não ser política”, disse o vereador Bonavita (PTB), que foi citado como motivo do corte da verba por ser presidente de honra e idealizador do projeto do PFC e na política, ter rompido com a atual administração e ter declarado seu apoio a possível pré-candidatura de Edson Moura à Prefeitura de Paulínia. “Eu tenho um laço familiar com o Paulínia. Claro que fico chateado com tudo isso, mas quem sai prejudicado não sou eu”, afirma.

Na tarde do último sábado, dia 10, o presidente de honra do PFC, Francisco Almeida Bonavita Barros, juntamente com a diretoria do clube, se reuniu com os pais das crianças e adolescentes que são assistidos pelo PIF para encerrar o ano e prestar contas das atividades desenvolvidas e passar a informação de que a subvenção dada pela Prefeitura de Paulínia seria cancelada, o que resultaria no cancelamento do projeto.

Com a notícia, os pais ficaram desapontados e se organizaram para uma manifestação em frente ao Paço Municipal na quinta-feira (15), onde pais e alunos, pacificamente, iriam aplaudir a atitude do “prefeito que trabalha pelo povo” e chegaram até a divulgar e convocar a população em vários veículos de comunicação da cidade, mas um dia antes, o prefeito de Paulínia convocou uma reunião com o presidente do clube, Fábio Brusco, com o coordenador do PIF, Flávio, dois representantes de pais de alunos, além do secretário de esportes e assessores da prefeitura. No encontro, foi falado que um novo modelo do projeto seria apresentado na íntegra em janeiro de 2012 e que esse projeto faria parte de um grande programa esportivo-social do município, que incluiria outras modalidades esportivas com o intuito atrair novos praticantes.

Em nova reunião com os pais, o presidente do PFC disse que a prefeitura irá amparar os alunos. “O que foi nos dito é que a prefeitura vai assumir essa parte do PIF e nós continuaremos com o profissional, que tem recursos próprios e patrocinadores”.

Para a mãe Vanessa de Paula, que participou da reunião com o prefeito e tem dois filhos matriculados no projeto, não basta assumir o projeto. “Não pode ser assim, tem os professores que, por dedicação e amor pelo que fazem e mesmo com salários atrasados, vem trabalhar com sorriso no rosto. Eles são quem incentivam nossos filhos no esporte. Tem toda uma metodologia trabalhada por idade, um profissional adequado e especializado para cada fase, que acompanham também o desenvolvimento escolar. Isso é o PIF. A prefeitura vai assumir isso também?”, questiona.

De acordo com Vanessa, não basta somente promessa. “A gente suporta qualquer coisa que acontece na cidade desde que não atinja nossos filhos. Quando contei para eles, eu vi a decepção nos olhos de cada um e por isso, vou até o fim, vou cobrar mesmo. Na reunião ele falou, mas eu quero ver tudo isso no papel. Na segunda, uma comissão vai novamente conversar com ele para ver o projeto pronto”, disse.

Um pai, que preferiu não falar o nome, também deu sua opinião. “Foi tudo improvisado. Para não dar repercussão maior, ele chamou o pessoal e falou, falou e falou. Se ele realmente já tivesse a intenção de montar essa ‘maravilha’ de projeto que ele falou, já teria apresentado formalmente no papel, concorda? Ele só precisava de tempo para alguém escrever o projeto para ele mostrar na segunda”, reclamou.

“Eu sinto como se estivesse entregando meu filho para outra pessoa cuidar. É uma pena, porque ele, na verdade, quer me atingir, mas está mirando errado e acertando nas crianças, que não tem nada a ver com política”, comentou.