Por Wilson Machado
Servidor nada = Pavan dobro
Diz o ditado: onde há fumaça, há fogo! Nesta semana, uma carta aberta à população distribuída pelo Sindicato dos Servidores informa que o prefeito-muleta de Paulínia, José Pavan Junior, quer aumentar o seu próprio salário, subindo de R$ 11 mil para R$ 18 mil todo mês. O aumento de Pavan estaria próximo dos 73%, enquanto a categoria reivindica míseros 8% baseados na inflação dos últimos 10 anos, reajuste dos auxílios alimentação e transporte – vergonhosos R$ 100 e R$ 28, respectivamente -, além de expansão do plano de saúde para a família e uma data-base. Isso que é investir no social? Vamos apurar!
A greve sopra velinhas
Enquanto o xerife arquiteta às escondidas o engordo da sua boiada, os funcionários públicos da cidade têm seus direitos legítimos negados. A greve acaba de completar o aniversário de um mês e nada do prefeito dar as caras para ao menos argumentar com a categoria, apresentar uma contra-proposta decente. Aliás, nem indecente ele apresentou. Talvez ele esteja ocupado pensando em como vai repassar o seu aumento aos cargos de confiança, afinal, são eles que respondem em seu nome ultimamente.
O rapa da muleta
Tanta indiferença com as necessidades dos funcionários e a precariedade que se instalou com mais gravidade no atendimento à população me passa a impressão de que o prefeito-muleta não está interessado em fazer um bom e longo governo, como deve ter todo administrador bem engajado com projetos para a sua comunidade. É como se ele tivesse insistido em aparecer, enganando todo mundo com discurso manso, apenas para dar um ‘rapa’ e em seguida passar um ‘bye-bye’ para o povo. Triste, mas ainda bem que é por mais um ano e pouquinho só!
Vergonha da casa
Fico imaginando como é que estão se sentindo as famílias tradicionais de Paulínia diante do um governo tão sem liderança e mal intencionado de Pavan Junior, principalmente aqueles que conheceram o Pavan pai e que um dia chegaram a rejeitar Edson Moura por ele ser um forasteiro. Depois de falir a fazenda herdada do pai, Pavan vai sucumbir com a Prefeitura de Paulínia. Infelizmente, até por respeito às famílias tradicionais, precisamos reconhecer que o herdeiro da casa não é um homem que goste de trabalhar. O problema, na verdade, é esse!
Xerife mimado
Com a eleição de Pavan, Paulínia acabou por herdar um filho mimado, que além de não gostar de trabalhar, não sabe administrar. A vantagem dele é que a arrecadação chega independente de seu esforço e a desvantagem é que a cidade fica atrasada, parada no tempo, já que o xerife, coronel, ditadorzinho (são várias as formas de identificar sua identidade), não sabe como utilizar os recursos de Paulínia em benefício do povo e ignora seus representantes, como fez com os servidores, com o senador Suplicy, até com os vereadores da sua base aliada, e comigo, presidente da Acip, representante da classe empresarial da cidade. O xerife mimado deixa tudo às moscas!
Sofrimento prolongado
Se tem um lado bom dessa história toda é de que a ditadura de Pavan não vai passar de quatro anos. Ufa, é um alívio pensar que o sofrimento tem data certa para acabar! Afinal, enquanto ditadores ficam 30, 40 anos no poder, no Brasil é diferente. É verdade que vai sobrar uma Paulínia bem sucateada, mas com boa vontade e dedicação de verdade, é possível tirar toda a lama que se espalhou pela cidade e lavar a alma da população, acabando com o déficit de vagas nas creches, resolver de vez o atendimento precário da Saúde, da Segurança, da Educação, e principalmente, investir em programas que realmente ofereçam dignidade às famílias paulinenses, coisas que o Pavan deixou faltar e que não há mais tempo de reverter.
Concurso no ar
Como é que estão as investigações sobre o concurso público? Com fraudes apontadas na Justiça, como é que ficam aqueles que pagaram pelas inscrições e se deslocaram por toda a cidade para fazer as provas? E quem veio de fora, investiu em estadia, alimentação, transporte? Esse pessoal vai ver seu dinheiro de volta ou ele vai sumir? Falando em fraude no concurso, com toda a patifaria que se instaurou sobre o processo de avaliação, será que o prefeito teria coragem de publicar a lista de aprovados? Quem serão os ‘cabeças’ da lista? Alguém já pensou nisso?
Multa à vista
Vale lembrar que está marcada para terça-feira mais uma nova tentativa do Tribunal do Trabalho em formular um acordo entre o prefeito e os servidores. Esta será a quarta tentativa e pelo andar da carruagem, começa a surgir uma preocupação: a rejeição em negociar do prefeito está atrasando o trabalho da justiça e isso normalmente não fica para trás. Afinal, o que poderia ser resolvido em uma audiência para dar continuidade aos demais processos que tramitam no Tribunal, acabou se prolongando, e normalmente, a punição vem em multa. Será que Paulínia vai ter que arcar pela teimosia e pirraça do prefeito? Não temos escolha, é esperar para ver!
Pense mais
“Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.” (Nelson Mandela)