A síndrome do ocupado é um mal do contemporâneo, dos nossos dias. Numa era na qual as palavras que remetem à inovação já estão desgastadas, afinal, o que é novo agora já estará na lista de ultrapassados quando você terminar de ler esta coluna, o homem assume o mesmo ritmo frenético para garantir seu lugar, tanto na vida profissional quanto na pessoal.
Trabalhar na imprensa torna mais fácil identificar pessoas acometidas pela síndrome do ocupado. São pessoas na maioria das vezes atrasadas, de telefones desligados ou que tocam até cair na caixa postal, que nunca estão onde na verdade estão e que embora tentem organizar suas vidas em agendas, raramente conseguem assumir o controle de seus compromissos, mesmo os que lhe interessam realmente, como família e carreira.
Com o tempo, os compromissos acumulam e cobram soluções. Não é hora para mau humor, desespero. Não somos inovação à beira do lixo tecnológico. A cada um de nós é permitido respirar fundo e encarar o desafio de evoluir como pessoa para todos os setores da vida. A correria do dia a dia vai existir sempre, mas seu tempo para viver da melhor maneira possível cada oportunidade é limitado, logo passa. Portanto, é imprescindível se desocupar para a vida e quem faz parte dela.
Essa história também é de Paulínia. De seus setores oficiais e civis. Está presente no cotidiano de muitos órgãos e lares, dos muitos registros que continuo tirando das ruas, da redação, das rodas de amigos, mas que é melhor identificar numa só personagem: quem sabe, os agora bem humorados, organizados e um por que não dizer, bem quistos desocupados? Conviver é bem mais simples assim.
Michele Carneiro é repórter há dez anos. Está em Paulínia desde 2003, onde atua em todos os setores de redação e diagramação. Defensora do diploma para a prática do Jornalismo, está no terceiro período do curso.