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Transporte escolar pode parar se não houver acordo entre funcionários e a Sancetur

Trabalhadores do transporte escolar, da empresa Sancetur, promoveram uma paralisação parcial na manhã da última quarta-feira, 19 de junho. Segundo informações do vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida, que atua em Paulínia, os funcionários pedem um reajuste salarial de 6%, assim como ocorreu com os motoristas e cobradores da Viação Flama, pertencente à Passaredo, que atuam no transporte urbano da cidade.

As negociações para o reajuste salarial dos trabalhadores do transporte escolar ainda estão em curso, o que reflete na possibilidade de novas paralisações. Uma reunião agendada para a próxima segunda-feira, 24 de junho, entre representantes da administração, o vice-presidente do sindicato e uma comissão formada por três funcionários da Sancetur deverá ditar os rumos da negociação.

O serviço foi normalizado ainda durante a manhã do dia 19 de junho, segundo a reportagem apurou. Procurada por meio do setor de marketing, a empresa Sancetur não prestou informações sobre como foi a paralisação.

O representante do sindicato aqui em Paulínia, que intermediou as negociações junto a empresa Flama, diz que o aumento de 6% obtido pelos funcionários do transporte urbano é retroativo ao mês de maio, maior reajuste negociado até agora no setor de transporte do estado de São Paulo. Antes do fechamento do acordo entre os trabalhadores e a empresa, uma paralisação de duas horas e meia na Rodoviária, no último dia 13 de junho, foi determinante para que as partes entrassem em entendimento e o acordo fosse fechado.

Na Sancetur, as negociações tem sido tensas, pois o representante do sindicato em Paulínia acusa a empresa de já ter fechado um acordo com a intermediação da equipe da entidade em Campinas sem a participação dos funcionários. “Há muitos relatos de trabalhadores da Sancetur dizendo que não participaram de assembléia e que ninguém sabe o que é ou foi discutido nesse acordo”.

Os funcionários da empresa ainda reivindicam 8% de reajuste nos benefícios, como vale-alimentação e participação nos lucros e resultados (PLR), além de cesta básica e a volta do plano odontológico, cancelado pela empresa.

Almeida informou que durante a paralisação na quarta-feira (19 de junho), o prefeito Loira esteve no local, ouviu e concordou com as reclamações dos funcionários, por isso decidiu pelo agendamento da reunião na segunda-feira. “Esse é o sindicalismo que sempre defendi, com transparência e a participação de todos”, ressaltou o representante do Sindicato dos Rodoviários em Paulínia.

Sancetur fecha acordo de reajuste sem a participação dos funcionários

O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários em Paulínia, Izael Almeida, afirma que, nos bastidores, o que se sabe é que a Sancetur “forçou” para que as negociações ocorressem com a intermediação da equipe do sindicato que atua em Campinas, que fechou acordo com um reajuste menor, de 5%. “Os trabalhadores de Paulínia não confiam na equipe de Campinas que vem para cá para negociar, pois não sabem quais são os interesses deles”, ressalta.

Num vídeo gravado por Almeida durante a paralisação dos funcionários do transporte escolar na garagem da Sancetur, no início da manhã da última quarta-feira (19 de junho), foi registrada uma discussão acalorada entre um representante da empresa, que seria o gerente geral da garagem, conhecido por Roberto, e um membro da equipe do sindicato que atua em Paulínia, Marcos Cará. Nas imagens, é possível ver o gerente discutindo com Cará, dizendo que a equipe entrou sem ordem na garagem para “falar abobrinha” e informando, em tom bastante alterado, que o acordo salarial já havia sido assinado e homologado e seria entregue no mesmo dia aos trabalhadores, “como combinado”.

Ainda durante o registro da discussão, ele ressalta aos trabalhadores presentes que a empresa tem apenas um contrato emergencial com a prefeitura e que, ao contrário do que afirmava Cará, o emprego dos funcionários não estava garantido. Nesse momento, o gerente se dirige aos trabalhadores e grita: “Vocês saem de casa e vem aqui para ficar escutando abobrinha? Para com isso, cambada!”

O setor de marketing da Sancetur foi acionado novamente, por e-mail, para se posicionar frente ao fechamento desse acordo e à informação sobre os relatos dos funcionários que desconhecem o teor da proposta, mas não respondeu até o fechamento desta edição.