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Alta sem diagnóstico do HMP coloca vida de idosa em risco

Com o relatório médico nas mãos, o filho da paciente, Márcio Leão, está inconformado com a situação da mãe


No início do mês de abril a aposentada Maria Rosa dos Santos, de 75 anos, deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Municipal de Paulínia após sofrer uma queda em sua residência. Ela se queixava de fortes dores abdominais e no braço e, com Raio-X, os médicos identificaram uma fratura no úmero esquerdo. De acordo com o filho da paciente, Márcio Leão, os médicos afirmaram que ela precisaria fazer uma cirurgia para a colocação de uma prótese, mas não foi o que aconteceu.
“Para a idade dela, só a prótese resolveria o problema do braço, mas eles colocaram um fio ao invés da prótese e deram alta para ela, afirmando que precisariam fazer uma nova cirurgia, para aí sim colocar a prótese, mas que o Centro Cirúrgico estava interditado por tempo indeterminado e que ela teria que aguardar em casa”, disse.
Com a volta para casa, no dia 10 de abril, a aposentada continuou a reclamar de dores abdominais e amarelamento dos olhos. “Resolvemos levar ela para a Santa Casa da Misericórdia de Santos, porque tenho irmãos que moram lá e no Hospital de Paulínia pediram para ela aguardar por outra cirurgia em casa. Sofremos um choque quando os médicos de lá nos revelou que as dores que ela sentia eram decorrentes de um Enfisema Pulmonar e de uma Broncopneumonia e que ela ficaria internada. Como os médicos daqui não viram isso?”, contesta Leão.
De acordo com o relatório médico da Santa Casa de Santos, quando deu entrada no local, no dia 12 de abril, a paciente queixava-se de dores abdominais e por isso, foram feitos vários exames complementares que identificaram as doenças. No dia 16, a paciente apresentou um quadro de desconforto respiratório exacerbado, e por este motivo foi submetida a intubação orotraqueal e levada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde está até hoje e seu estado é considerado grave.
Os exames radiológicos e as tomografias realizadas em Santos apontaram Enfisema Pulmonar e Broncopuneumonia, levando a paciente ao quadro de Choque Séptico, agravando a doença de base: Coledocolitiase, Colelitiase e Pancreatite Biliar. De acordo com o Boletim Médico da unidade hospitalar, “a paciente continua sob ventilação mecânica, sedada, com antibióticos de amplo expectro não havendo previsão de extubação por ora. A mesma segue sob os cuidados da UTI da Santa Casa de Santos em acompanhamento conjunto com a Cirurgia Geral”.
A família está inconformada com a falta de cuidado dos médicos do hospital paulinense. “Uma idosa dá entrada no PS e eles logo optam pela cirurgia, mas não fazem nenhum tipo de exame antes, para saber se há outros problemas. Ela reclamou de dores abdominais, mas eles falaram que o problema dela era o braço”.
Leão também reclama de altos custos com publicidade e falta de investimento em melhorias para o Hospital. “Há muita publicidade falando que a saúde em Paulínia é uma das melhores. Os vereadores Marquinho da Bola e Jurandir Matos falaram que a saúde da cidade é excelente. Que cidade? Em Paulínia que não é. Eles não devem usar o Hospital Municipal daqui para afirmarem uma barbaridade desta. Eles deveriam sair na rua e ouvir a opinião do povo, que realmente precisa da tal ‘saúde de qualidade’ que eles tanto falam”.